DESTAQUE

Wesley Safadão, João Gomes, Alceu Valença, Xand Avião, Zé Vaqueiro, Raphaela Santos, Priscila Senna, são algumas das atrações da Virada Recife 2026

 Sem custos de cachês para o município, a previsão é que o Recife tenha, no réveillon deste ano, um recorde de público recebendo, inclusive,...

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Orquestra de Frevo Zezé Corrêa lança manifesto e videoclipe celebrando o Frevo Rural

 Apresentação ao vivo marca o lançamento oficial do projeto, no dia 9 de fevereiro, no distrito de Upatininga, Zona Rural de Aliança. O projeto inclui ainda o lançamento do videoclipe que estará disponível no YouTube  



A Orquestra de Frevo Zezé Corrêa lança, nesta semana, o videoclipe "Plantis da Vida", canção que celebra e difunde o Frevo Rural, novo gênero musical resultado de mais de dez anos de pesquisa fonográfica que une o frevo de rua do Recife aos sons e tradições da Zona da Mata Norte. A data também marca o lançamento do Manifesto, que busca reforçar e evidenciar ainda mais a importância e a riqueza do Frevo Rural, um dos elementos fundamentais da cultura popular pernambucana.

O Manifesto e o videoclipe tem como objetivo fortalecer a valorização dessa vertente. Ao contrário do frevo, que nasceu nas ruas de Recife e nas ladeiras de Olinda no século passado, o frevo rural tem suas raízes nas tradicionais festas de Carnaval dos antigos terreiros dos engenhos de cana-de-açúcar. Esse novo estilo musical resgata a tradição dos blocos rurais, também conhecidos como "caravanas", que desfilavam pelos canaviais, compostos apenas por mulheres. Sua essência mistura ainda a sonoridade e a performance do maracatu rural, reconhecido como Patrimônio Imaterial do Brasil. 

Com pesquisa e produção de Ederlan Fabio, a ação visa não só a preservação, mas também a revitalização do Frevo Rural, incentivando novas gerações a conhecerem e preservarem essa tradição autêntica. O lançamento oficial vai acontecer no dia 9 de fevereiro, às 19h, data que marca o aniversário do Frevo, no distrito de Upatininga, Zona Rural de Aliança, na Zona da Mata Norte de Pernambuco. O projeto inclui o lançamento do videoclipe da música homônima, que estará disponível no YouTube, a partir das 20h em duas versões: uma tradicional e outra em Libras. 

O videoclipe faz parte do EP Frevo Rural - Ritmo que Vem dos Canaviais. A produção fonográfica, que estreou no Carnaval de 2023, é composta por duas faixas autorais, ambas assinadas pelo músico e percussionista João Paulo Rosa. O processo de criação do espetáculo teve início em fevereiro de 2022, com uma imersão nas pesquisas musicais da Orquestra. A primeira faixa, Plantis da Vida, aborda a realidade dos trabalhadores do açúcar e a questão da propriedade privada, enquanto Belo Carnaval conta a história de um capitão de navio que, após longas jornadas de solidão no mar, encontra um porto e transforma o ambiente em uma grande celebração.

O trabalho é acompanhado por um espetáculo de 60 minutos, que congrega um verdadeiro mosaico de cores, ritmos e tradições. Com figurinos assinados por Adri Popular, as roupas dos passistas também são uma homenagem aos brincantes da região, com fitas, bordados e flores que representam o sol, o canavial e a paisagem da Zona da Mata. 


O Manifesto 

Botar pra moer a cana queimada.

Dos imensos canaviais

Quem os vê pensa jamais

Nos sopros e nas batucadas

Foi ali nessas quebradas


Que folguedos culturais

Ou chamados blocos rurais

Nasceram entre firmeza

Majestade e beleza

Nas labutas ancestrais.


Entre andanças e trajetórias

No tema se aprofundando

Entre estudo de 10 anos

Nos passos de cada história

Zezé corrêa e grupo escola


Desenvolvendo a herança

Misturando frevo e danças

Músicas e gestos parcial

Nascendo o frevo rural

Nas ruas Pernambucanas . 


E foi coletivamente

que surgiu com qualidade

Com ajuda dos passistas

Dos músicos e até da comunidade

Mostrando sua origem

E Também a gestualidade. 


O brincante com prazer

Se junta a brincadeira

Estimula a beleza

No seu baque cultural

Entre frevo principal

Entregando alma e alegria

E Toda sua energia

Em dias de carnaval. 


A  junção do bloco rural

A Zezé corrêa levantou a bandeira

Lutou com bravura entre a labuta

Fez rersugir com muita vontade essa brincadeira.

Zé um homem destemido e grande trabalhador

Amola sua ferramenta e corta a cana queimada

Sobre a terra dura e seca no trilho batendo a enxada.


Zé se faz sua sorte é homem forte

Está destemido e procura carreira

Transforma suor em toda folia

Em toda alegria dessa brincadeira.


Depois de todo trabalho escorreu-se o caldo

Da cana moída de todo canavial

Explorado do suor de toda essa luta

Fustigou bem alto de toda a labuta

Se faz resistência do frevo rural. 


Foto: Alison Rodrigues l  Matéria: Salatiel Cícero

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Fotobiografia de Naná Vasconcelos é lançada na Torre Malakoff

 O percussionista Gilú Amaral, o flautista e diretor musical César Michiles, a cantora Sumara Ramos e as batuqueiras do grupo olindense Ìyámassé málé farão apresentações durante o lançamento do livro




Naná Vasconcelos, o homem que fez do berimbau uma extensão do seu corpo, costumava se definir como “o Brasil que o Brasil não conhece.” Percussionista pernambucano de fama internacional, ele morreu em 9 de março de 2016 e era considerado um gênio da música. A notável trajetória do artista está pronta para ser descoberta pelos brasileiros na Fotobiografia Naná: Do Recife para o Mundo, organizada pelo designer e jornalista Augusto Lins Soares, que a Cepe Editora lança no dia 14 de fevereiro, às 19h, na Torre Malakoff, localizada no Bairro do Recife, no Centro, com apresentações musicais. É uma homenagem aos seus 80 anos de nascimento, transcorridos em 2 de agosto de 2024.

O livro tem 240 páginas e apresenta Juvenal de Holanda Vasconcelos em mais de 200 fotos de 50 fotógrafos, aproximadamente, numa linha do tempo desde Naná criança até o artista consagrado, vencedor de prêmio Grammy e eleito o melhor percussionista do mundo pela revista norte-americana de jazz Downbeat, por nove vezes consecutivas, de 1983 a 1991. As imagens são intercaladas por textos biográficos com relatos de fases da vida de Naná, a partir das cidades onde ele viveu: Recife (a terra natal), Paris, Nova York e Recife de novo. Obras de arte criadas para o livro por 12 artistas com atuação em Pernambuco, num tributo ao músico, encerram a fotobiografia.

“Comecei a pesquisa em junho de 2023 e finalizei em outubro de 2024, minhas fontes são o acervo do artista, os bancos de imagens (públicos e privados) e os acervos dos fotógrafos brasileiros e estrangeiros”, declara Augusto Lins Soares. “Há várias imagens pertencentes a acervos privados que nunca foram publicadas ou são pouco divulgadas, como, por exemplo, Naná na Banda Municipal do Recife (atual Banda Sinfônica do Recife) nos anos 1960 e Naná tocando berimbau no Mercado Modelo, em Salvador (BA), na presença de Jorge Amado, nos anos 1980”, observa.

Na faceta americana, ele aparece tocando berimbau em seu “escritório”, o Washington Square Park, em Nova York, e num momento de folga com o gato de estimação. Da fase europeia, em Paris, Naná é flagrado em hora de lazer, brincando de esconde-esconde numa rua e num café com amigos. No Recife, é fotografado nas inesquecíveis e memoráveis noites de abertura do Carnaval, ao congregar batuqueiros de diversas nações de maracatu. O artista aparece ao lado de vários parceiros musicais, mostrando sua diversidade, como os norte-americanos Collin Walcott e Don Cherry (integrantes da banda Codona, com Naná), os brasileiros Egberto Gismonti, Geraldo Azevedo e Gal Costa, e o argentino Agustín Pereyra Lucena; e também em momentos com as filhas.

“Busco selecionar as imagens mais icônicas, impactantes, artísticas, reveladoras, históricas, inéditas, jornalísticas e sedutoras. Ou seja, imagens que contam ao leitor fatos importantes da vida da pessoa fotobiografada”, afirma Augusto Lins Soares, que lançou pela Cepe O Santo Revelado – Fotobiografia Dom Helder Camara, em 2019, e Sonia em Fotobiografia, dedicada à atriz Sonia Braga, em 2022. Nos textos do livro, ele destaca informações pouco conhecidas do público, como a participação do artista no curta-metragem Berimbau, de Toby Talbot (New Yorker Films, 1971), e a produção do disco Amazonas (Philips, 1973), feita pelo cantor e compositor Raimundo Fagner.

A história de Naná no documentário de Toby Talbot é narrada pelo professor de Etnomusicologia na Tulane University, Daniel B. Sharp, no artigo “Pop Star em Nova York”. O curta, segundo ele, “mostra como Naná transformou o berimbau, expandindo o seu papel tradicional de acompanhamento da capoeira e tornando-o um instrumento solista virtuoso por si só. As imagens de um jovem Naná tocando no filme nos deixam vislumbrar sua considerável habilidade com o berimbau, mesmo no início de sua carreira”, registra Daniel B. Sharp. A produção do disco Amazonas, o segundo álbum autoral de Naná, é detalhada pelo jornalista Renato Contente no texto “Avant-Garde em Paris.”

Para Patrícia Vasconcelos, viúva de Naná e mãe da filha caçula do músico, a fotobiografia é destinada a fãs, estudiosos e pessoas que não conhecem a obra do percussionista. “Achei a ideia fantástica por servir como uma ferramenta de pesquisa sobre a trajetória artística de Naná e necessária para deixar essa história acessível ao público interessado em saber mais sobre esse percurso musical que foi construído com tanto amor à música e muita genialidade. O resultado desse trabalho dará embasamento a outras ações que visem manter a memória e o legado de Naná vivos”, destaca Patrícia, que é curadora do legado do artista. “Presenciei e compartilhei momentos marcantes, como quando ele ganhou o Grammy Latino pelo álbum Sinfonia & batuques”, relata em texto no livro. Ela e a filha, Luz Morena, vieram dos Estados Unidos, onde moram, especialmente para o lançamento do livro.

A dimensão humana e artística de Naná é revelada nas fotos de Deborah Feingold (capa e contra-capa), Lizzie Bravo, Luiz Fernando, Franklin Corrêa, acervo Naná Vasconcelos, acervo Sérgio Kyrillos, acervo Edy Star, Guy le Querrec, Claude Barouh/Acervo Merrie Robin Monroe e outros fotógrafos; nos textos de Augusto Lins Soares (apresentação), dos jornalistas Michelle de Assumpção, Renato Contente e José Teles, do professor Daniel B. Sharp, de Patrícia Vasconcelos e do cantor Milton Nascimento (depoimento publicado pelo Facebook no dia da morte de Naná) e nas obras de arte de Amanda de Souza, Derlon, Heloísa Marques, Jade Matos, Marcelo Silveira, entre outros. O livro tem patrocínio do Banco do Nordeste do Brasil (BNB).

 Serviço:

Lançamento da Fotobiografia Naná:  Do Recife para o Mundo, com apresentações do percussionista Gilú Amaral, do flautista e diretor musical César Michiles, da cantora Sumara Ramos e das batuqueiras do grupo olindense Ìyámassé málé - dia 14 de fevereiro, às 19h, na Onde: Torre Malakoff (Praça do Arsenal da Marinha, s/nº, Bairro do Recife, Recife-PE). Preço do livro: R$ 100 (impresso). Entrada gratuita

Homem da Meia-Noite é recebido por milhares de foliões no Marco Zero

 Aniversário de 93 anos do calunga Patrimônio Vivo de Pernambuco contou com o apoio do Governo do Estado, por meio da Fundarpe



O Homem da Meia-Noite, Patrimônio Vivo de Pernambuco, embarcou no Catamaran junto com os blocos líricos homenageados do Carnaval por volta das 16h deste domingo (2). De lá navegaram pela Bacia do Pina, acompanhados por outras três embarcações do Catamaran, até o Marco Zero, no Bairro do Recife, que ficou lotado para receber o calunga no aniversário de 93 anos. O Governo de Pernambuco, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), apoiou o evento, com contratação de atrações culturais, reafirmando o compromisso com o fomento e a valorização da cultura popular do Estado.


O cortejo foi acompanhado pelos Blocos da Saudade, das Flores, Batutas de São José, Flor da Lira, Cordas & Retalhos e O Bonde. O Homem da Meia-Noite seguiu pelas ruas do Bairro do Recife até a Praça do Arsenal da Marinha. No Paço do Frevo foram recebidos pelo cantor Getúlio Cavalcanti e pelo Coral Edgar Moraes com uma belíssima apresentação.

Em seguida os carnavalescos Cid Cavalcanti, que assina o traje, e Josué Francisco, que representam os blocos O Bonde e Cordas & Retalhos, entregaram o baú com a roupa que o calunga vai usar no desfile no Sábado de Zé Pereira. Até o Carnaval o fraque fica guardado a sete chaves. Depois o Homem da Meia-Noite cantou os parabéns com a Orquestra do Maestro Carlos celebrando sus 93 anos com direito a um bolo gigante.